terça-feira, 23 de setembro de 2008

Perigo para a Saúde - Lavar frutas e hortaliças não é suficiente para nos livrar dos agrotóxicos

Nem sempre lavar, deixar de molho e esfregar frutas e verduras é o suficiente para retirar o excesso de agrotóxicos. Médicos afirmam que nada disso funciona e que as melhores opções ainda são os produtos orgânicos que saem da horta sem pesticidas.

Para este mercado existe um público mais exigente e consciente do perigo que ronda as prateleiras com produtos convencionais. Testes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificaram resíduos de até quatro pesticidas diferentes em várias amostras de frutas, verduras e legumes.

“Os recordistas de resíduos que nós encontramos foram alface, tomate e morango”, aponta a chefe da Anvisa no Paraná, Elaine Castro Neves. Segundo ela, a maioria dos venenos são utilizados, muitas vezes, na lavoura e absorvidos pela planta através da raiz. “Todas essas histórias e orientações que a gente tem visto por aí que dizem que lavar, passar buchinha [esponja], deixar na geladeira e tirar a casca vai eliminar o veneno e aí nós vamos poder consumir com toda a certeza não tem nada comprovando que isso seja eficaz”, alerta.

As aparências enganam - Uma dica é tomar cuidado na hora da escolha. O consumidor exige e o mercado tenta oferecer o produto ideal: fruta lisinha e o legume perfeito. Só que o mais bonito nem sempre é o mais saudável.

“Se tiver um bichinho, um furinho que uma minhoca comeu na alface, isso significa que ali não tinha veneno”, diz a chefe da Anvisa no Paraná, Elaine Castro Neves.

Esse é um segredo que a agrônoma Cássia Yoshi já descobriu. “Não precisa se preocupar com o bichinho. Só tirar e pode consumir o produto normalmente”, garante.

A melhor receita mesmo é dar preferência aos produtos da época e sempre variar o cardápio. Mas para se livrar de vez dos agrotóxicos só há dois caminhos: manter a boa e velha horta no fundo de casa ou encher a cesta com produtos orgânicos.

“O preço dela é maior, mas compensa, porque a gente está cuidando da saúde. A gente tem que pensar na qualidade de vida”, diz uma consumidora. (Fonte: G1)

Estudantes de Administração da UESC visitam a RPPN Mãe da Mata.

Estudante Laísa que visitou, junto com outros colegas a RPPN a semana passada.






Cobra Camuflada na Folhagem




Cipó Medicinal Escada de Macaco


Lanche de Frutas Orgânicas

Lista oficial traz 472 espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção

A nova Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção elaborada pela Fundação Biodiversitas sob encomenda do Ministério do Meio Ambiente relaciona 472 espécies, quatro vezes mais que a lista anterior de 1992. Os biomas com maior número de espécies ameaçadas são a Mata Atlântica (276), o Cerrado (131) e a Caatinga (46). A Amazônia aparece com 24 espécies, o Pampa com 17 e o Pantanal com duas. Nenhuma espécie da lista anterior foi excluída.

A instrução normativa atualizando a lista foi assinada, nesta sexta-feira (19), pelo ministro Carlos Minc em solenidade no Instituto Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), com a presença do presidente do JBRJ, Lizst Vieira; da secretária de Biodiversidade e Florestas do MMA, Maria Cecília Wey de Brito; da Sociedade Botânica do Brasil, Paulo Guínter Wíndish; do diretor de pesquisa científica do JBRJ, Fábio Scarano, e do diretor de Conservação da Biodiversidade do MMA, Bráulio Dias, entre outros representantes da academia e da sociedade civil.

Segundo Minc, o desafio agora é coibir o crime ambiental, criar mais unidades de conservação, estimular a criação de RPPNs e tomar medidas para impedir o corte, o transporte e a comercialização o de espécies ameaçadas. "Essa lista coloca para nós uma série de desafios para revertermos o quadro da destruição da biodiversidade e todos temos um papel importante a desempenhar", disse o ministro.

De acordo com a instrução normativa, que deve ser publicada no Diário Oficial da União na próxima semana, as espécies constantes da lista são consideradas prioritárias para efeito de concessão de apoio financeiro à conservação pelo governo federal e sua coleta será efetuada somente com autorização do órgão ambiental competente.

Também constam da lista das ameaçadas, 12 espécies de importância madeireira que já integram a lista de 1992. A nova lista adiciona uma única espécie de interesse madeireiro, o ?pau-roxo? (Peltogyne maranhensis) , da Amazônia. Entre as outras espécies de uso econômico estão algumas de uso alimentício (caso do palmito/juçara) , medicinal (jaborandi), cosmético (pau-rosa) e também ornamental. O jaborandi e o pau-rosa também já constam da lista de 1992.

O crescimento no número de espécies em relação à lista anterior reflete não apenas o aumento das pressões antrópicas sobre a vegetação de diferentes regiões brasileiras ocorrido ao longo das últimas três décadas, mas também um melhor nível de conhecimento sobre a flora brasileira e a participação de uma parcela mais expressiva da comunidade científica no processo de elaboração da lista.

No que se refere às regiões brasileiras, o Sudeste apresenta o maior número de espécies ameaçadas (348), seguido do Nordeste (168), do Sul (84), do Norte (46) e do Centro-Oeste (44). Neste contexto, Minas Gerais (126), Rio de Janeiro (107), Bahia (93), Espírito Santo (63) e São Paulo (52) são os estados com maior número de espécies ameaçadas.

Este fato é um reflexo da presença, particularmente nas regiões Sudeste e Nordeste, dos biomas com maior número de espécies ameaçadas, caso da Mata Atlântica, bem como o fato de essas duas regiões concentrarem os estados cuja biodiversidade é mais bem conhecida.

Espécies com deficiência - Uma segunda lista elaborada pela Fundação Biodiversitas inclui as espécies com deficiência de dados (Anexo II da Instrução Normativa assinada pelo ministro Carlos Minc disponível no site do MMA), composta de 1.079 espécies. Este grupo refere-se a espécies cujas informações (distribuição geográfica, ameaças/impactos e usos, entre outras) são ainda deficientes, não permitindo seu enquadramento com segurança na condição de ameaçadas. As espécies constantes do anexo II da lista de flora ameaçada não estarão sujeitas às restrições previstas na legislação em vigor.

De acordo com a secretária de Biodiversidade e Florestas, Maria Cecília Wey de Brito, um dos importantes desafios que o MMA assume ao editar novas listas de espécies ameaçadas é assegurar que essas espécies sejam retiradas das listas e, da mesma forma, as que estão com dados insuficientes sejam esclarecidas.

Para isso, o MMA, juntamente com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e com o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro e, em parceria com outros ministérios e a sociedade civil organizada, estão aprimorando mecanismos para a integração de esforços visando incrementar ações voltadas ao conhecimento da biodiversidade presente nos diversos biomas brasileiros e a recuperação das espécies ameaçadas.

Com a divulgação da nova lista, o MMA planeja desenvolver, juntamente com suas vinculadas, um plano estratégico coordenado pelo JBRJ voltado à efetiva conservação e recuperação das espécies ameaçadas. Este plano seguirá as diretrizes estabelecidas pelas Metas Nacionais de Biodiversidade para 2010, da Conabio, que incluem, entre outros pontos, a elaboração de planos de ação e a criação de Grupos Assessores para todas as espécies ameaçadas de extinção; a conservação efetiva da totalidade das espécies ameaçadas em Áreas Protegidas; a conservação em coleções ex situ de 60% das espécies de plantas ameaçadas e a inclusão de 10% das espécies de plantas ameaçadas em programas de recuperação e restauração.

A primeira lista das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção foi editada em 1968 (Portaria IBDF nº 303), com a inclusão de 13 espécies. A segunda ocorreu em 1980 (Portaria IBDF nº 1471), com a adição de uma espécie à lista anterior. Em janeiro de 1992 foi publicada uma nova lista, (Portaria Ibama nº 6-N), desta vez com a inclusão de 107 espécies. Três meses após, por meio da Portaria Ibama nº 37-N, foi editada uma nova lista, com 108 espécies.

(Fonte: Daniela Mendes/MMA)

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Eike financia Candidato Verde

A notícia de que o empresário Eike Batista está financiando com R$ 100 mil a candidatura do deputado Fernando Gabeira (PV) assustou ambientalistas no País, principalmente no Mato Grosso do Sul. Isso porque o parlamentar carioca é autor de um projeto de lei que veda o uso de carvão vegetal produzido com madeira de florestas naturais. E Eike, como se sabe, é dono de uma das empresas que vem acumulando multas milionárias pelo uso de carvão feito com madeira nativa, o Sistema MMX de mineração e siderurgia, que atua não só no Mato Grosso do Sul, mas também no Amapá, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O motivo da apreensão é obvio: o de que a doação exerça algum tipo de pressão para melar o PL na Câmara.

EXCLUSIVO: Reforma da Legislação Ambiental Brasileira é discutida entre entidades e Frente Parlamentar da Agropecuária

Fernanda Machado / AmbienteBrasil (*)

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e representantes de entidades do setor realizaram debate, em Brasília, com o objetivo de formular uma proposta de reforma da legislação ambiental brasileira, para identificar as principais inconformidades da legislação atual.

O vice-presidente da FPA, senador Gilberto Goelner, salientou na abertura da reunião, no dia 9 passado, a importância da participação das entidades no processo de construção de uma proposta concreta para reformulação da legislação ambiental. Conforme determinação do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, as entidades terão 120 dias de prazo para encaminhar suas propostas.

De acordo com a consultora jurídica para assuntos ambientais da Frente Parlamentar da Agropecuária, a advogada Samanta Pineda, o principal objetivo do debate é elaborar uma proposta base para ser discutida, posteriormente, por um Grupo de Trabalho (GT), com a participação dos Ministérios do Meio Ambiente, da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário.

Estiveram presentes na reunião os representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Sociedade Rural Brasileira (SRB), da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOV), Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícolas (SINDAG), União da Indústria de Cana-de-Açúcar (ÚNICA) e da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (ABRAPA).

Além da reformulação da legislação ambiental brasileira, um dos pontos principais levantados na reunião foi em relação à vigência do Decreto Federal N° 6.514. Samanta Pineda informou que, embora já tenha havido a apresentação de proposta de modificação do diploma ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) e também de dois decretos legislativos, um pela Câmara e um pelo Senado, a aplicabilidade do decreto ainda não foi suspensa.

“As conseqüências desse decreto são muito graves na medida em que as penas ali previstas são absolutamente rigorosas”, disse Samanta Pineda a AmbienteBrasil.

Diante disso, foi sugerido na reunião um pedido formal de suspensão da aplicabilidade do Decreto 6.514 pelo Ibama, compromisso assumido publicamente pelo ministro Minc em audiência na Câmara dos Deputados no último dia 20. Tal encaminhamento seria feito em nome das entidades presentes, Frente Parlamentar e com solicitação de apoio ao Ministério da Agricultura e das Secretarias de Agricultura dos Estados.

Além de buscar o apoio dos governos estaduais com este fim, foi acordado utilizar a imprensa para esclarecer a opinião pública da necessidade de mudança na legislação tanto em virtude dos efeitos sócio-econômicos quanto pelo ganho ambiental que normas coerentes trariam. Poderia assim ser apresentado um único projeto com caráter de urgência para rápida aprovação e com o apoio dos parlamentares de diversos partidos.

Compromissos assumidos

Cada entidade se comprometeu a levantar dados concretos das conseqüências econômicas e sociais da aplicação, tanto do Decreto quanto da legislação atual, para seu respectivo segmento, e de encaminhar à Frente Parlamentar da Agropecuária pedido de suspensão da aplicabilidade do Decreto e proposta de revisão legal.

Além disso, foi cogitada também a possibilidade de propositura de ação judicial objetivando a anulação do Decreto por inconstitucionalidade. No entanto, houve consenso em aguardar até a próxima reunião para que fosse constatada a existência de alguma ação concreta por parte do MMA. Enquanto isto, todas as entidades irão avaliar as inconstitucionalidades e possibilidade jurídica de sucesso da ação.

Para a FPA, ficou o compromisso de enviar às entidades relação de todos os projetos ambientais em tramitação no Congresso Nacional. De acordo com a assessoria da Frente, a próxima reunião está agendada para dia 25 deste mês, na Câmara dos Deputados.

* Correspondente em Brasília (DF).

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Parece, mas não é: como identificar o falso sustentável

No balaio do falso sustentável, há pelo menos dois comportamentos distintos que têm em comum o fato de não contribuírem de verdade para uma mudança de paradigmas. Um é o do empresário "ingênuo", que até quer fazer algo, mas não se informa sobre o assunto, age de modo equivocado e acaba não contribuindo para uma modificação do processo. Outro é aquele que, apesar de adotar um discurso em que se define como sustentável, não age de acordo, mantendo velhos padrões de produção voltados apenas para o lucro dos acionistas.

É o que em inglês recebeu o nome de greenwashing, ou seja, lavar sua imagem dizendo que é uma empresa verde, mas que continua provocando impacto ambiental.

"Um dos modos mais comuns de fazer isso é, por exemplo, financiar uma ONG com alguma atividade ambiental para esconder que promove impactos pesados, como desmatamento, poluição", afirma Paulo Itacarambi, diretor-executivo do Instituto Ethos, ONG que trabalha com empresas para ajudá-las a gerir seus negócios de forma socialmente responsável.

"Nesses casos costuma-se investir em um marketing agressivo, mas ele é descolado da gestão. Essas informações não aparecem nos relatórios de sustentabilidade, não há transparência", comenta a diretora-executiva da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), Clarissa Lins.

No exterior, em especial nos países desenvolvidos, esse movimento já é tão disseminado que resultou numa lista dos "seis principais pecados do greenwashing", elaborada pela agência canadense de marketing ambiental TerraChoice.

Há 20 anos observando propagandas de apelo verde, a equipe da agência percebeu que o greenwashing cresceu à medida que aumentou o interesse do público por questões ambientais.

A análise das promessas nas embalagens de mais de mil produtos disponíveis em mercados americanos serviu de base para a definição dos pecados. O primeiro e mais comum é o dos malefícios esquecidos - produto destaca um benefício ambiental, como ser reciclável, mas não menciona quanta energia é gasta para sua produção, ou diz que é feito sem testes em animais, mas sua decomposição pode prejudicar a cadeia alimentar.

Outros problemas observados pela equipe são: falta de provas (como lâmpadas que anunciam maior eficiência energética sem apresentar qualquer estudo comprovando); promessa vaga (produto traz dizeres como "verde", "ambientalmente produzido" ou que é "livre de químicos" sem detalhamento); irrelevância (destaca um benefício que é uma obrigação, como ser livre de CFC, substância banida do mercado americano) e a mentira mesmo. O último é o chamado "pecado de dois demônios", que até traz alguns benefícios reais, mas em produtos cuja categoria é questionada, como cigarros orgânicos.

Erro de avaliação - Entre os "equivocados", explica Clarissa Lins, é comum a empresa confundir sustentabilidade com filantropia e assistencialismo, como adotar uma creche ou uma praça e dizer com isso que é sustentável. "Não adianta, por exemplo, plantar árvores, sem rever o nível das suas emissões de gases de efeito estufa, fazer gestão de resíduos ou diminuir o consumo de água."

Muitas estão ainda mais longe disso, porque nunca inventariaram suas emissões para identificar fontes onde é possível fazer reduções. Outras têm o dever de reduzir emissões estabelecido por órgãos ambientais, mas anunciam isso como se fosse uma posição inovadora da empresa. Nessa linha de contar vantagem em cima do cumprimento da lei também é comum ver empresas se vangloriando de respeitar a reserva legal e as matas ciliares, comentam especialistas ouvidos pelo Estado.

Ainda mais grave é fazer apenas algumas mudanças consideradas "cosméticas" sem observar o impacto de sua cadeia de produção. "De que adianta uma construtora, por exemplo, fazer um prédio com captação da água de chuva e aquecimento solar da água de chuveiro sem olhar para seus materiais. A madeira vem de desmatamento? A fabricação do aço tem trabalho escravo, a olaria usa trabalho infantil?", questiona Paulo Itacarambi, do Ethos. (Fonte: Estadão Online)